A
Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA - International Air
Transport Association) pediu aos governos e ao setor de carga aérea que se
concentrem em três prioridades para atender à crescente demanda por carga aérea
e garantir que os benefícios econômicos e sociais da aviação possam ser
maximizados.
As
três prioridades são:
- Acelerar a modernização do processo;
- Adotar e fiscalizar normas globais, e;
- Manter as fronteiras abertas ao comércio.
O
pedido foi feito durante o discurso de abertura de Alexandre de Juniac, Diretor
Geral e CEO da IATA, no 13º Simpósio Mundial de Carga Aérea realizado em
Singapura entre os dias 12 a 14 de março.
O
ambiente operacional da carga aérea está cada vez mais complexo. A demanda por
carga aérea cresceu 3,5% em 2018, uma desaceleração significativa em relação a
2017, que registrou um crescimento extraordinário de 9,7%. O enfraquecimento do
comércio global e da confiança do consumidor e os obstáculos geopolíticos
contribuíram para uma desaceleração geral no crescimento da demanda a partir de
meados de 2018. E em janeiro de 2019, a redução em relação ao mesmo período do
ano passado foi de 1,8%.
Modernização
A IATA
pediu a modernização dos processos do setor, pois isso será essencial para
atender com eficiência à demanda duas vezes maior esperada nas próximas duas
décadas. Essa exigência já está sendo feita pelos clientes dos mercados de
crescimento mais promissores do setor: comércio eletrônico e transporte de
produtos sensíveis ao tempo e à temperatura, como produtos farmacêuticos e
perecíveis.
Alinhada
a uma resolução sobre modernização da carga aérea da Assembleia Geral Anual da
IATA de 2017, a IATA pediu avanço mais rápido na digitalização da cadeia de
suprimentos e uso mais eficaz dos dados para promover melhorias na qualidade
operacional. A visão digital do setor está concentrada em quatro áreas:
- Implementação global do conhecimento de embarque aéreo (e-Air Waybill, ou e-AWB);
- Adopção universal de uma linguagem de dados em comum – padrões Cargo XML;
- Compartilhamento de dados de inteligência;
- Uso de dados de desempenho para melhorar a qualidade.
A IATA
também pediu a modernização das instalações de carga aérea. "O setor de
comércio eletrônico procura armazéns com prateleiras altas totalmente
automatizados, com veículos autônomos ecológicos, que percorrem o armazém
inteiro, além de funcionários equipados com inteligência artificial e
ferramentas de realidade aumentada. O armazém de carga atual é impressionante,
mas há uma grande lacuna que deve ser preenchida", afirmou Alexandre de
Juniac.
"O
problema não é tecnologia. O problema é a velocidade para iniciar a
comercialização. É extremamente difícil promover mudanças em uma indústria
global com muitas partes envolvidas, onde a segurança é a prioridade principal.
Mas não é uma missão impossível. Eu desafio que todos que operam no setor
encontrem maneiras de fazer mudanças significativas na velocidade que os nossos
clientes esperam", disse Alexandre de Juniac.
Normas globais
A IATA
pediu aos governos a adoção e fiscalização consistentes de normas globais. Com
relação a isso, Alexandre de Juniac destacou dois exemplos:
- Normas globais para o transporte seguro de baterias de lítio: "As normas globais estão sendo ignoradas por agentes de carga desonestos. E os governos não estão aplicando as regras. Em alguns casos, vemos um esforço maior para acabar com bolsas Louis Vuitton falsas do que com as baterias de lítio. Os dois casos precisam de atenção, mas as baterias de lítio são um risco à segurança. E precisamos que os governos façam o melhor na fiscalização", disse Alexandre de Juniac.
- Acordos globais para tornar o comércio mais simples, mais barato e mais rápido: A IATA pediu aos governos que realizem três acordos importantes: (1) o Acordo de Facilitação de Comércio da Organização Mundial do Comércio; (2) a Convenção de Montreal de 1999 (MC99); e (3) as revisões da Convenção de Kyoto da Organização Mundial de Aduanas.
Fronteiras abertas ao comércio
A IATA
pediu aos governos que mantenham as fronteiras abertas ao comércio. "O
protecionismo, o atrito comercial, o BREXIT e a retórica da antiglobalização
fazem parte de um tipo de desenvolvimentos que representam um risco real aos
nossos negócios e, em geral, para as economias do mundo todo. Precisamos de uma
voz forte que lembre aos governos que o trabalho da aviação – incluindo o
transporte aéreo de carga – é extremamente importante. O comércio gera
prosperidade. E não há vencedores em guerras comerciais ou medidas
protecionistas", disse Alexandre de Juniac.
A
necessidade de manter o comércio mundial está alinhada ao tema do 13º Simpósio
Mundial de Carga Aérea – Enabling Global Trade (possibilitar o comércio
global). "Possibilitar o comércio global é uma missão de grande
importância, que ajuda as economias a crescer. Com isso, promove melhorias na
vida financeira e melhor qualidade de vida para pessoas de todos os cantos do
planeta. Este é um dos motivos pelos quais chamamos a aviação de "negócio
da liberdade". E não deve haver obstáculo algum no caminho do transporte
aéreo de carga, que oferece uma contribuição única para a prosperidade do nosso
mundo", finalizou Alexandre de Juniac.
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